Alienação e Reificação: a contribuição da indústria cultural e dos meios de comunicação de massa.
A Indústria Cultural faz o fenômeno da Alienação-Reificação se estender a todos os setores da sociedade |
Resumo: A indústria cultural que transforma as
criações intelectuais em simples mercadoria destinada ao sucesso e ao consumo.
(...) a indústria cultural, os meios de
comunicação de massa e a cultura de massa surgem como funções do fenômeno da
industrialização. E esta, através das alterações que produz no modo de produção
e na forma do trabalho humano, que determina um tipo particular de indústria
(a cultural) e de cultura (a de massa), implantando numa e noutra os mesmos
princípios em vigor na produção econômica em geral: o uso crescente da máquina
e a submissão do ritmo humano de trabalho ao ritmo da máquina; a exploração do
trabalhador; a divisão do trabalho. Estes são alguns dos traços marcantes da
sociedade capitalista liberal, onde é nítida a oposição de classes e em cujo
interior começa a surgir a cultura de massa. Dois desses traços merecem uma
atenção especial: a reificação (ou transformação em coisa: a coisificação) e a
alienação. Para essa sociedade, o padrão maior (ou único) de avaliação tende a
ser a coisa, o bem, o produto, a propriedade: tudo é julgado como coisa,
portanto tudo se transforma em coisa — inclusive o homem. E esse homem
reificado só pode ser um homem alienado: alienado de seu trabalho, trocado por
um valor em moeda inferior às forças
por ele gastas; alienado do produto de seu trabalho, que ele mesmo não pode
comprar, pois seu trabalho não é remunerado à altura do produzido; alienado,
enfim, em relação a tudo, alienado de seus projetos, da vida do país, de sua
própria vida, uma vez que não dispõe de tempo livre, nem de instrumentos teóricos
capazes de permitir-lhe a crítica de si mesmo e da sociedade. Nesse quadro,
também a cultura — feita em série, industrialmente, para o grande número —
passa a ser vista não como instrumento de crítica e conhecimento, mas como
produto trocável por dinheiro e que deve ser consumido como se consome
qualquer outra coisa. (...)
Referência:
COELHO NETTO, José
Teixeira. O que é indústria cultural,
Col. Primeiros Passos. São Paulo, Brasiliense, 1980.p. 10-11.
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