Se compreendermos nossa sociedade como regida
por relações sociais de produção capitalistas, articuladas em uma estrutura
social com os mecanismos de opressão e exploração, estamos dizendo que as
formas capitalistas operam na economia, na cultura, na política e no espaço da
cidade. Isso é o que nos diz o artigo da militante das Brigadas Populares,
Letícia Garducci, sobre a remoção dos moradores em situação de rua na Cidade de
São Paulo, dos camelôs, dos obstáculos para a reforma urbana, e outros temas
conexos.
Há
uma relação estreita entre cidades e conflitos sociais. Não se trata da famosa
frase que compara a vida nas cidades à selva (de pedra). Tal ideia expressa uma
visão orientada pelo individualismo para explicar os conflitos existentes na
vida social dentro das cidades. Prefiro considerar que quando nos debruçamos a
falar das cidades, estamos falando de nossas relações sociais. Estamos falando
da maneira de ser da sociedade: as definições gerais que temos de nossa
sociedade são também as relações sociais que temos
na cidade. Se compreendermos nossa sociedade como regida por relações sociais
de produção capitalistas, articuladas em uma estrutura social com os mecanismos
do colonialismo agindo por meio da diferenciação étnico-racial, e de exploração,
estamos dizendo que as formas capitalistas, opressoras e exploradoras, operam
na economia, cultura política e no espaço da cidade.
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