A ARTE IMITANDO A VIDA, MAS PODEMOS MUDAR A TRAGÉDIA QUE SE AVIZINHA.

Crônica cujo enredo é: o que pode acontecer se #EleNão, vulgo Bosonazi, ganhar as eleições 2018? "Como se deu a transição do Estado autoritário para o Estado fascista, após o momentoso pleito de 2018"?

Uma ficção que bate em nossa porta. E uma realidade que já adentrou na nossa casa. Crônica de Pedro Amaral.



Criatividade excepcional que considerou variadas e pequenas situações cotidianas, contextos e detalhes sobre como aconteceu e o porquê do acontecimento. São trabalhadores que supostamente preferem ter trabalho do que direitos, apesar da pergunta de que serve (então) vender a força do trabalho se a vida piora. São índios, negros, gays, lésbicas, trans excluídos da sociedade "em que não há preconceito e ódio". Mas a nação vive dentro da lei e da ordem, salvaguardada pelo Poder Judiciário com sua peculiar hermenêutica de desdiz o que outrora foi dito na Carta Cidadã de 1988. As forças de segurança protegem as decisões judiciais, garantindo a lei e a ordem.
Analista mais rigoroso pode achar que um ou outro exemplo (ou efeito) pode ter sido suavizado, e um ou outro pode ter sido exagerado. Mas e daí? Isso entra na cota da liberdade do autor e sua licença poética. O importante é que há elementos suficientes e interessantes no texto para caracterizar as mudanças e as consequências do BR após golpe e eleições 2018 "se #EleNunca " ganhar o pleito. Uma escrita suave que convence o leitor, porque desperta interesse "e sacadas bem elaboradas". Boa didática que agrada o leitor, porque simplifica a realidade complexa, sem fazer apologia ao senso comum binário. Texto bem criativo, bem fundado!

Subjacente estão lá: cordialidade (sem ruptura violenta fazemos rupturas com a pouca experiência em democracia, em direitos humanos e qualquer grau de civilização que já experimentamos), de modo a prevalecer os interesses da Casa Grande (desde o ponto de vista do status, perpassando a exploração econômica), decorrente da funcionalidade do BR na divisão mundial do trabalho (ou se preferir em termos mais corriqueiros, que a organização mundial do comércio nos reserva o lugar de periferia), cuja classe dominante se contenta em desprezar qualquer teoria do elitismo. Temos ao menos 3 grandes escritores que pensaram o BR: Buarque, Freire e Prado.

Assim, a arte imitando a vida, mas podemos mudar a tragédia que se avizinha. 

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